Autor da Foto: SINDIJUS-MS

Após anos de inércia, servidores do judiciário dão primeiros passos para mobilização histórica em MS

Há muitos anos não se via uma plenária do SINDIJUS-MS (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul) tão cheia como aconteceu no último sábado (14), durante Reunião Extraordinária do Conselho Geral. Cheia não só de servidores, mas de vontade de lutar por melhores condições salariais. E o melhor, de forma unida e consciente de seus direitos.

Ao todo 88 assinaram o caderno de presença, participação recorde de servidores de todo o Estado, considerando-se os últimos anos. Normalmente, as reuniões contavam com a presença de 40 a 50 servidores, número bem inferior comparado ao da última assembleia, que aconteceu na sede do Sindicato, em Campo Grande-MS.

Apesar da previsão do aumento no número de presentes na reunião, a Direção Geral foi positivamente surpreendida com comparecimento, maior que o esperado, de servidores, sendo organizadas mais cadeiras para acomodar todos no auditório lotado.

De início, os diretores do Conselho Geral deram boas-vindas aos servidores que participavam pela primeira vez do evento onde são deliberadas algumas ações a serem adotadas pela Direção Geral do SINDIJUS. Tinham também aqueles que há muito tempo não vinham na reunião, às vezes por ter desacreditado no movimento sindical e que dessa vez resolveram dar mais um voto de confiança na união e força dos servidores do Judiciário.

Estiverem presentes delegados das Comarcas de Amambai, Aquidauana, Bataguassu, Bela Vista, Bonito, Caarapó, Campo Grande, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Dourados, Eldorado, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Jardim, Maracaju, Mundo Novo, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Sonora, entre outras.

Mais um acontecimento ímpar que engrossa os atos de mobilização é o aumento expressivo do número de filiações nos últimos dias, que demonstra o forte e crescente interesse de servidores no movimento, bem como a confiança depositada na atual administração do SINDIJUS.

Entre desabafos e indignações em virtude de receberem um dos piores salários do País comparado aos demais Tribunais e as constantes imposições remuneratórias da presidência do Tribunal de Justiça, os servidores destacaram seus anseios por melhores condições de trabalho e a vontade de ter o devido reconhecimento por parte do Tribunal pelo serviço prestado, promovendo o TJMS a ser um dos Tribunais mais reconhecidos do País acerca de cumprimento de metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Outro receio dos servidores é a realização de novo concurso previsto para lançar edital ainda nesse mês de março, o que pode ocasionar mais gasto com pessoal com a eventual nomeação de novos servidores, o que contradiz o discurso do presidente do TJMS, desembargador João Maria Lós, de que não há orçamento para aumento verbas salariais, e ainda, de que se está próximo ao limite com gasto de pessoal perante a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em meio a discursos inflamados prevaleceu a prudente posição de que o caminho imediato é o da  mobilização, fortalecendo e unindo a categoria para enfrentar em peso a imposição do Tribunal de Justiça, sem ser descartada eventual paralisação por tempo indeterminado.

Foi então que ficou deliberado por unanimidade o Estado de Greve até o fim das negociações com a administração do TJ, com elaboração de nova proposta para ser encaminhado ao Judiciário. Paralelo às negociações será realizado um calendário de mobilização, incluindo confecções de camisetas, botons e adesivos.

A nova proposta consiste em elevar para R$ 700,00 o auxílio alimentação de imediato e para R$ 800,00 em julho/2015, o abono salarial de R$ 300,00, a partir de 1º de março, com incorporação em janeiro de 2016. Plano de Recuperação Salarial, que consiste na aplicação de 8% em agosto de 2015 e elaboração de um PCCR que seja elaborado e votado ainda este ano e implantado em janeiro de 2016.

Para os inativos, criar um mecanismo para garantir o recebimento do valor equivalente a perda do auxílio alimentação. Além disso, foi aprovado por unanimidade impetrar com mandado de segurança imediatamente para garantir o pagamento do auxílio alimentação aos aposentados.