Sindicato dos Trabalhadores
do Poder Judiciário de
Mato Grosso do Sul
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Após décadas de dedicação e luta Aldo Donizete se aposenta do TJMS
Nesta segunda-feira (01) o filiado Aldo Eurípedes Donizete se aposentou do cargo de oficial de justiça. Durante sua tragetória profissional destacamos ter presidido durante dois mandatos o Sindijus-MS (Gestões 96/97-98/99), seguindo ativo neste sindicato, atualmente exercendo a presidência do Conselho Geral de Representantes desta entidade.
Segue o belíssimo texto escrito pelo nosso Ilustre companheiro ao adentrar nesta nova etapa:
"Gratidão
Hoje, dia 01/06/2020, com 59 anos chego, depois de uma longa caminhada quando o Diário da Justiça publica minha aposentadoria por tempo de contribuição e idade e quase quatro décadas de trabalho no Judiciário estadual, sempre na função de Oficial de Justiça, Oficial de Justiça e Avaliador e finalmente Analista Judiciário, variações que a nomenclatura do cargo recebeu ao longo desse tempo todo.
Nessa trajetória, conheci muita gente honesta e muita gente desonesta também, enfim gente de todas as estirpes, eis que o Oficial de Justiça é e continuará sendo, por muitos anos a “longa-manus” do Juiz de Direito, aquele que faz com que as ordens judiciais sejam cumpridas, contra quem quer que seja e onde quer que esteja.
É através da imagem desses profissionais que grande parte da sociedade sente a presença do Poder Judiciário, eis que muitas ações se iniciam e terminam sem que as partes vejam a pessoa do Juiz, mas muito pouco ou quase nenhuma ação começa ou termina sem o trabalho anônimo de um desses profissionais.
Tive anos muito difíceis no início, pois tínhamos no Governo do Estado, pessoas sem nenhum comprometimento com o serviço nem com o servidor público e por consequência muitos desmandos e atrasos salariais, depois vieram alguns anos de mais calmaria, notadamente ao final da década de 90 e, hoje lamentavelmente, experimentamos, novamente uma avalanche de ataques, não somente ao servidor público mas também e principalmente ao estado de direito.
Sempre pautei meu trabalho como sendo algo sagrado, que além de ser a única fonte de sustento de minha família, era também uma forma de dar alento e atenção a muitas pessoas deste Estado, que só batem à porta do Poder Judiciário, quando todas as outras já se fecharam, razão pela qual, fico muitas vezes entristecido ao ver pessoas desqualificando e elegendo servidor público como se fosse ele o responsável por todas as mazelas da sociedade.
Quero aqui, por meio desse, agradecer a todos os meus amigos e amigas, a todos (as) colegas que fiz nesse tempo todo, especialmente àqueles integrantes da mesma categoria profissional, com os quais passei a maior parte de minha vida e ao pessoal da Controladoria de mandados da capital, que sempre me atendeu com cortesia e educação. Não citarei nomes, porque devido ao longo tempo em que ali estive, por certo cometeria injustiças ao omitir nomes de muitas pessoas especiais em minha vida.
Trabalhando de forma honesta e dedicada, consegui formar família, criar e educar meus três filhos, dando a cada um deles, com muita luta e determinação, uma formação no ensino superior, na área que cada um escolheu para sua vida.
Muitas vezes, inúmeras mesmo, trabalhei meio que adoentado, porque para quem trabalha nesta função, não há muita possibilidade de se afastar do seu trabalho, é quase que como dizer que estamos ou somos “imunes” a quaisquer moléstias por determinação judicial, eis que quando pegamos um atestado médico, via de regra, deixamos apenas de pegar novos mandados contudo, aqueles que já estão conosco, seguem em nossas pastas com o fluxo de prazo para cumprimento fluindo normalmente.
Para não me alongar mais ainda, quero aqui agradecer à minha esposa, companheira de quase 34 anos de casamento, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos bons para comemorar e, que nos mais difíceis ela nunca me deixou só, sempre me deu ânimo e motivação.
Peço desculpas aos meus filhos - com os quais tenho ótima relação - por muitas vezes, não ter tido o tempo que deveria para estar com eles, mas infelizmente, a gente só percebe isso muito tarde, quando cada um já tem que cuidar de sua vida e já estão também nesse ritmo louco que a vida nos impõe cada dia mais.
Agradeço a minha família, a meus pais que não mais estão entre nós, pelos valores que me ensinaram, a meus tios e tias, irmãos, irmãs, cunhados, cunhadas, primos, primas, sobrinhos, sobrinhas, neta, genro e noras, à família de minha esposa, que sem distinção, me acolheram como mais um membro e como se do sangue deles eu fosse.
Enfim deixei para o final, o agradecimento mais importante de todos: a *gratidão a Deus*, por ter me abençoado tão grandemente por tanto tempo, me dando um emprego estável quando muitos não o tem, por tudo isso que acima relatei e, principalmente o consolo na hora mais difícil de minha vida e pelo conforto de sua benção e cura quando mais precisei.
Aprendi, ao fim dessa jornada e depois de tantos anos lidando com tanta gente, que enquanto ser humano, muitas vezes nos tornamos soberbos, nos achamos infalíveis, invencíveis, indestrutíveis, até que algo nos acontece para nos mostrar que a gente sem *Deus* no coração, na verdade não é nada.
Aprendi que quando o inimigo não te derruba com críticas, ele te derruba com elogios, aprendi que não devemos confiar em nossas experiências, no dinheiro ou contatos, aprendi que a gente precisa de muito pouca coisa para viver e ser feliz, aprendi que precisamos apenas confiar em *Deus*!
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda.” 2 Timóteo 4.7-8
Fiquem na Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Alea Jacta est"
Comentários (2)
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FRANCISCA
Agradeço as palavras do nobre colega, com o qual trabalhei na Central de Mandados. E desejo bom descanso e aproveite sua aposentadoria.
04/06/2020 | 8:54 AMsonia ferreira
Parabéns, Aldo,vc cumpriu com honor sua missão.Agora, começa uma nova fase em sua vida.Vc ainda está jovem e pode se enganjar em novas lutas.Benvindo ao mundo dos aposentados.
03/06/2020 | 1:47 PM