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Artigo: ‘A imagem do ser humano’, por Odair José de Melo
Por Odair José de Melo*
A imagem que se faz frente à diferença do paradigma de uma pessoa pode fazer você concluir padrões que afastam diversas oportunidades de aproximação com o próximo. Nosso mundo é feito de variados tipos de pessoas, com ideias, crenças, raças, religião e outras muitas ditas desigualdades; dentre essas, na verdade, o que mais se destaca em distanciar um do outro, no fundo, não são exatamente essas diversidades, mas sim o que cada pessoa forma em seu pensamento da aparência física no grupo social em que se relaciona.
Quando se iniciou o avanço tecnológico ao alcance das pessoas, isso ficou bem visível e perceptivo. É simples atentar-se a essa afirmação, basta observar quando receber uma ligação de determinada empresa de telemarketing; se todos pudessem ter a oportunidade de ver pessoalmente o atendente que fica do outro lado, que, em diversas vezes, a voz é serena e encantadora, possivelmente espantaria de como você fez um julgamento sobre ela e na verdade ela(e) é totalmente diferente.
Muitos casamentos desde a era da internet ocorreram devido essa falta inicial da imagem física entre as pessoas. Esses fatos ocorreram por quê? Quando a era digital influenciou os namoros (sala de bate-papo), as pessoas conversavam entre si apenas por conversas digitadas em determinados sites específicos, por trocas de e-mails, texto de mensagem (celular) ou voz (ligação de telefone). Isso fazia com que a conquista tivesse um sentido melhor na relação entre uma pessoa.
Nessa época, o início de relacionamento entre os casais não era pessoalmente, tudo era uma expectativa do que o outro dizia sobre si; para ocorrer um encontro, eram esgotados todos os tipos de conhecimentos possíveis entre os dois. Só havia o contato pessoal (encontro) após os dois, confortavelmente, estivessem seguros do encontro.
Assim nascia o processo inverso de um relacionamento tradicional, pois, quando era marcado o encontro, só faltava saber se aquela pessoa realmente era quem dizia ser. Restando assim uma conquista concluída. Muitas vezes no encontro, a beleza externa não era exatamente aquilo que a pessoa imaginava, entretanto, a beleza interior que um já tinha pelo outro, superava muito mais qualquer detalhe. Não só relacionamentos íntimos aconteceram, mas amizades bonitas se formaram.
Com certeza se o processo fosse seguir o padrão comum de aproximação entre as pessoas, provavelmente essa aproximação seria diferente ou nem ocorreria.
Hoje, quando se inicia um relacionamento, primeiro se observa a aparência da pessoa. Caso você não goste do formato que te agrada, a aproximação só ocorrerá no acaso, sendo que a outra pessoa nunca terá a chance de mostrar a beleza interna dela. E por que ocorre isso? A imagem física é a pura e infeliz culpada do que muitos fazem quando olham para seu próximo.
Há vários filmes disponíveis no mercado que relatam como a diferença física tem peso na decisão de um relacionamento, como exemplo: “Um amor à altura” e “O amor é cego”.
Os dois filmes, citados acima, tentam enaltecer e enfatizar o quanto de preconceito há no ser humano. Pecamos o tempo todo com nosso olhar crítico e fazemos da outra pessoa um alvo de estereótipos que, na verdade, não existe. Todos somos iguais, porém com jeitos diferentes de educação, vivências e costumes. Essa diversidade de apresentação só mostra que através da nossa cor, altura, fisionomia, vestuário, credo e muitos outros aspectos externos, só deveriam enaltecer o quanto somos perfeitos e iguais.
Isso acontece porque vivemos no conjunto de situações em que todo indivíduo come, bebe, sorri, chora, sente dor, precisa de afeto, carinho, atenção; todos precisamos um dos outros para viver. A pluralização de nossas “diferenças” particulares só nos faz abrir um horizonte de opções para conhecermos e aprendermos um pouco mais um do outro. SER HUMANO, não ser como os outros humanos.
Deixo essa reflexão para um melhor olhar do que pensamos do outro, e o que isso pode impedir para uma aproximação feliz e una entre nós.
* Servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Bacharel em Administração de Empresas (UNIGRAN), Acadêmico do curso de Direito (UNIESP) e membro do Grupo de Estudos dos Direitos Humanos (GEDHU).
Comentários (1)
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Ademar Brites Cardoso
Parabéns pelo texto tão contextualizado e rico em informações para qualquer profissional que é gente que gosta de gente.
11/12/2018 | 4:06 PM