Sindicato dos Trabalhadores
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CGNews: Tribunal paga pelo shopping o dobro do valor de mercado
O prédio adquirido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul custou, pelo menos, o dobro do valor de mercado. Segundo corredores que atuam em Campo Grande, o metro quadrado na região vale R$ 3.836,00. O tamanho da área construída, do antigo shopping, é de 4.465 m2. Feita a conta, o valor real do imóvel é de R$ 17.127.000,00. A Justiça pagou R$ 38,87 milhões.
Dados fornecidos pela Câmara de Valores Imobiliários (CVI) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/MS) também comprovam que o valor do metro quadrado na região onde está localizado o Shopping 26 de Agosto é abaixo do pago pelo Tribunal de Justiça.
Somando o metro quadrado do terreno, avaliado pela CVI em R$ 2.200,00, com o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²), estimado em R$ 1.339,32 chega-se a R$ 3.539,32, com valor total de R$ 15,85 milhões, um pouco abaixo da avaliação feita pelos corretores consultados pelo Campo Grande News. Já o Tribunal de Justiça está pagando R$ 8.705,48 por metro quadrado, sem considerar o subsolo destinado ao estacionamento, o que totaliza os R$ 38,87 milhões.
Segundo o presidente da CVI, Ronaldo Bedini, o custo do metro quadrado do terreno no centro de Campo Grande é variável, mas na região da Rua Calógeras com a 26 de Agosto custa R$ 2.200,00. “Troquei ideia com meu avaliador e uma área grande hoje, naquela região, custa R$ 2,2 mil o metro quadrado, mas não fui generoso”, informou Bedini.
O custo da construção de um prédio, como o do mal sucedido Shopping 26 de Agosto, segundo o superintendente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/MS), Valter Ratich, pode ser consultado, através do CUB (Custo Unitário Básico), no próprio site da entidade (www.sindusconms.com.br). “Esse custo envolve material e mão de obra. Dá para ter um parâmetro, mas preço de venda envolve uma série de coisas, inclusive taxas e impostos e o lucro”, observou ele.
Nessa tabela do site do Sinduscon, os projetos de padrão comercial abrangem as seguintes tipologias e valores por metro quadrado: CAL-8 (Comercial Andares Livres), com padrão normal a R$ 1.071,13 e alto a R$ 1.168,33; CSL – 8 (Comercial Salas e Lojas), de R$ 905,20 ou R$ 1.007,81 no padrão mais elevado; CSL – 16 (Comercial Salas e Lojas, de R$ 1.207,17 ou R$ 1.339,82 na padrão alto. Considerando esse último padrão, de mais alto valor, é que se chega à estimativa de R$ 3.539,82 o metro quadrado na área do Shopping 26 de Agosto, que tem 4.465 m2, totalizando R$ 15,85 milhões.
Outro dado informado pelo presidente da CVI, Ronaldo Bedini, corrobora a informação sobre o custo do prédio. Ele informa que fez vistoria no prédio que o Hospital do Câncer Alfredo Abrão comprou da Rocket. “Me lembro que o valor era de R$ 7,8 milhões e pagaram R$ 9,2 milhões, há cerca de cinco anos”, informou ele. O prédio do hospital tem 2.600 metros quadrados. Embora se considerando que as estruturas são bem diferentes e a localização, em relação ao Shopping 26 de Agosto, que mais parece um grande galpão, o valor foi de R$ 3.538,46 o metro quadrado.
Adaptações – Além de pagar preço altíssimo pelo prédio do Shopping 26 de Agosto, mais de R$ 38 milhões, o Tribunal de Justiça do Estado ainda terá de fazer adaptações que devem custa mais alguns milhões de reais.
No prédio funcionavam pequenas lojas, cujas divisórias já estão sendo desmontadas. Para o funcionamento dos juizados, aos quais será destinado o prédio, serão necessárias construções de gabinetes, salas, departamentos, banheiros, novas tubulações para parte hidráulica, sanitária e elétrica, além do sistema de isolamento acústico e do ar condicionado.
Há ainda dificuldades insanáveis, como problema crônico de estacionamento no centro de Campo Grande. Embora haja um subsolo, este deve ser destinado aos veículos apenas dos juízes e funcionários. O Tribunal de Justiça não soube dizer o valor que gastará no prédio. Alega que os projetos ainda estão sendo elaborados.
TJ diz que “laje e subsolo” justificam os R$ 38 milhões pagos pelo shopping
O Tribunal de Justiça do Estado (TJMS) garantiu, através de nota enviada ao Campo Grande News, que o preço pago pelo prédio do Shopping 26 de Agosto não está com valor acima do mercado. Afirmou que os R$ 38 milhões equivalem não apenas à área do térreo, com 4.465 metros quadrados, mas também ao subsolo, utilizado como estacionamento, e a uma laje, que poderia servir no futuro para possíveis novos pavimentos.
“A área de 4.465m2 que consta no Decreto do Estado é do terreno do Shopping. Para a avaliação do valor do imóvel pelos peritos, a qual foi realizada por peritos particulares, peritos da Secretaria de Obras do Governo do Estado e peritos indicados pelo CREA-MS, a área do empreendimento é de 13.272,77m2, pois o terreno conta com a área construída de sub-solo, térreo e primeiro pavimento (mais uma laje preparada para possíveis novos pavimentos)”, diz o TJMS na nota.
Considerando o térreo do prédio do Shopping 26 de Agosto, que já está na posse do Tribunal de Justiça, com área de R$ 4.465 m2, o metro quadrado encontrado por corretores de imóveis consultados pelo Campo Grande News foi de R$ 3.836,00, o que daria um total de R$ 17,12 milhões. Já o Judiciário pagou R$ 8.705,48 por m2, o que totaliza os R$ 38,87 milhões.
Quanto a valor preciso que será gasto para a adaptação do local para as instalações do Judiciário, a assessoria do Tribunal informou que “só serão possíveis após a realização dos projetos”. Já há, porém, operários trabalhando no prédio, desmontado as divisórias das lojas e fazendo outros serviços.
Questionado se não havia uma alternativa mais econômica para o Tribunal de Justiça, a nota declara que foi feita a escolha mais viável. “Após a avaliação de possíveis alternativas, não foi apresentada solução mais econômica para o Tribunal”, informou.
Indagado sobre a responsabilidade pela compra do prédio, se houve consulta a todos os desembargadores, o Tribunal de Justiça respondeu, através da nota, que: “A decisão sobre as compras do Poder Judiciário são de competência da Presidência do Tribunal”. O presidente do TJMS é o desembargador Joenildo de Souza Chaves.
Comentários (2)
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Domy
Que absurdo! Interessante notar que o Sindijus, até a presente data, não se manifestou. Enquanto isso, as inúmeras demandas dos trabalhadores, encontram-se engavetadas, literalmente. Aproveito esta oportunidade, para indagar ao SINDIJUS, porque que os proventos dos Servidores da Administração Direta, Autarquias e Fundações, são liberados no dia 1º de cada mês, independentemente de fim de semana ou feriado, enquanto isso, os servidores do TJ, recebem sempre com dois ou três dias de atraso? A continuar deste jeito, passaremos o carnaval sem nenhum tostão no bolso. Aguardo a manifestação de vocês.
01/02/2014 | 8:15 AMdeolinda
Sinceramente ta me cheirando ......... nao confio mais nos homens esse presidente do TJ nao tem palavras ,perdi a confiança agora eu desconfio de tudo o que eles fazem , na certa tá levando uns trocos bonnsssssssss
31/01/2014 | 2:06 PM