Autor da Foto: FENAJUD

Fenajud apresenta visão dos trabalhadores no planejamento estratégico do Judiciário

Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados- Fenajud apresentou no último dia 12, durante a reunião preparatória para o VII Encontro Nacional do Judiciário, um conjunto de opiniões e visões sobre o planejamento estratégico e desafios do judiciário brasileiro.

Na ocasião foi proposto um encontro nacional, das cinco entidades, para discutir a temática da saúde relacionada ao trabalho no Judiciário. O convite para a reunião foi feito pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e foi a primeira vez que as entidades de trabalhadores tiveram voz no encontro.

Além da Fenajud, foram convidadas a Federação Nacional dos Trabalhadores no Judiciário Federal- Fenajufe  e as associações da magistratura: Amb, Anamatra e Ajufe. Cada entidade pôde falar por 20 minutos.

O secretário- geral da Fenajud, Volnei Rosalen, enfatizou a simbologia desse encontro, que ouviu as representações de trabalhadores. “Essa mesa é simbólica, e sinaliza aos tribunais do país sobre a democracia e a relação com a representação sindical”. destacou Rosalen.

 Toda a exposição do dirigente sindical foi acompanhada de recortes das deliberações do Conselho de Representantes da entidade dos últimos três anos, e foi dividida em três pontos: Republicanismo,  Democracia e Relações de Trabalho.

Sobre os princípios republicanos foi apresentada a visão dos conflitos de interesse público e privado no judiciário, na gestão orçamentária, em questões como o pagamento de passivos; e também a questão do acesso aos cargos públicos com a denúncia da sistemática violação ao princípio do concurso público.

Em relação à democracia, destaque para a necessidade de modificar o sistema de escolha das direções dos tribunais, com  a defesa de eleições diretas. E também a importância de democratizar as relações do judiciário com a sociedade a partir de medidas que permitam participação e controle social nas políticas dos tribunais.

Já no tocante às relações de trabalho a ênfase foi dada às transformações tecnológicas a aceleração do ritmo e das pressões sobre o trabalho e consequências para a saúde, a necessidade de reduzir a jornada de trabalho, e também o avanço da precarização no judiciário.

Em seu discurso inicial, Volnei apontou uma visão crítica sobre as respostas voltadas para a aceleração do processo:  “E preciso que nos perguntemos se o descrédito do Judiciário decorre da demora do processo, ou do tipo de resposta à qual damos o nome de justiça. Um processo pode demorar apenas uma semana. Mas se parecer injusto à parte ou à sociedade servira para tirar a credibilidade o judiciário”.     

Um conjunto de proposições, fruto dos debates da Fenajud nos últimos anos, foi apresentado para finalizar a explanação.  No discurso da Fenajufe, seguiram preocupações semelhantes, e enfatizaram problemas dos trabalhadores, como o adoecimento.

 Das associações de juízes Anamatra e Ajufe  apresentaram críticas contundentes acerca das metas e da quantificação, e secundaram com veemência a preocupação apresentada pela representação dos trabalhadores sobre o adoecimento no judiciário.

Falaram: Nelson Calandra(presidente), pela AMB, Wilian Bolmann(Secretário Geral), pela Ajufe e Paulo Schmitt(presidente) pela Anamatra. Ao fim do encontro os diretores da Fenajud, Volnei Rosalen, e da Fenajufe, Mara Weber, propuseram aos representantes das associações de magistrados a realização de um encontro nacional, das cinco entidades, para discutir a temática da saúde relacionada ao trabalho no judiciário, proposta que foi muito bem recebida. Uma proposta sobre o encontro deve ser construída nos próximos dias.