Sindicato dos Trabalhadores
do Poder Judiciário de
Mato Grosso do Sul
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SINDIJUS-MS acompanha votação da comissão especial sobre aprovação do texto-base da Reforma da Previdência
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul (SIDNIJUS-MS) e coordenador de Assuntos Parlamentares da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), Fabiano Reis, está em Brasília (DF), acompanhando a votação em que a comissão especial da Câmara — responsável em analisar a reforma da Previdência — que aprovou nesta quinta-feira (4), por 36 votos a 13, o texto-base do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), favorável ao endurecimento das regras de aposentadoria.
Para concluir a votação, os deputados precisarão ainda analisar 17 destaques das bancadas que pedem mudanças no texto. Outros 99 destaques foram protocolados individualmente por parlamentares, mas, provavelmente, serão rejeitados em bloco.
Diretamente do Congresso Nacional, Fabiano Reis concedeu detalhes do clima da votação. “Ocorreram muitos protestos, o clima é de tensão. Além disso, teve a decepção de muitos servidores públicos que achavam que iriam ficar fora da reforma e de última hora acabaram ficando”, salientou o coordenador.
“Agora, está todo mundo no mesmo barco. É momento de união e vamos nos reunir para ver o que dá pra fazer. A única coisa positiva é que os Estados e Municípios ficaram fora do texto. Infelizmente, ainda há chance de colocar durante a votação do Plenário. O apelo que a gente faz é que todos os servidores públicos, de todas as classes, fiquem unidos e prontos para o embate, seja aqui em Brasília ou nos Estados para defender a nossa aposentadoria”, alertou Fabiano Reis.
Trâmite - Após ter sido aprovada na comissão, a proposta de emenda à Constituição (PEC) seguirá para o plenário da Câmara, onde terá de passar por dois turnos de votação e necessitará do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Depois, se aprovada, vai para o Senado.
Relator - Na primeira manifestação aos parlamentares da Comissão Especial depois da aprovação do texto-base da reforma da Previdência, o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) declarou que a votação é uma etapa, já que ainda há votações nos plenários da Câmara e no Senado. “É uma etapa, apenas uma etapa", declarou.
Ele defendeu a necessidade de inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência. “A meu ver, nós precisamos lutar para que eles [estados e municípios] entrem na reforma ainda”, disse.
O relator também mencionou a atuação de categorias de servidores públicos, que buscam, nessa reta final de votação na comissão especial alterar seus regimes de aposentadoria.
“As corporações têm legitimidade, mas sempre à luz da sociedade”, declarou. “Quem não gostaria de dar novos benefícios? Todos. Mas o momento é de reajustar a Previdência”.
Reforma - Considerada a principal aposta da equipe econômica do governo para sanear as contas públicas, a reforma da Previdência modifica as regras de aposentadoria para funcionários do setor privado e servidores públicos da União.
A estimativa de economia prevista com a reforma é da ordem de R$ 1 trilhão em 10 anos.
Os novos critérios valerão para quem ainda não começou a trabalhar. Quem já está trabalhando e contribuindo para o INSS ou o setor público terá regras de transição.
Houve uma tentativa de incluir a previsão de que a reforma também valesse para servidores estaduais e municipais, mas não houve acordo.
VEJA ALGUNS PONTOS APROVADOS NO TEXTO-BASE
Idade mínima de aposentadoria
65 anos para homens do setor público e do privado
62 anos para mulheres do setor público e do privado
Idade mínima de professores
60 anos para homens
57 anos para mulheres
Tempo de contribuição
Setor privado:
20 anos para homens
15 anos para mulheres
Setor público:
25 anos para homens e mulheres
Regra de transição - As regras da PEC valerão para quem ainda não começou a trabalhar. Quem já está trabalhando e contribuindo para o INSS ou o setor público terá regras de transição.
Para quem trabalha, a idade mínima subirá aos poucos. Começa em 61 anos (homens) e 56 anos (mulheres) e terá acréscimo de 6 meses por ano. Em 2021, por exemplo, será de 62 (homens) e 57 (mulheres).
O que ficou fora do parecer do relator:
Capitalização - PEC enviada pelo governo abria caminho para a criação do modelo de capitalização, em que cada trabalhador poderia fazer a própria poupança, mas essa parte saiu do relatório.
Estados e municípios - Mudanças nas regras de aposentadoria de servidores estaduais e municipais não foram incluídas na PEC, conforme previa o texto inicial do governo Bolsonaro.
Desconstitucionalização - Relator também vetou dispositivos que tiravam da Constituição regras que definem idade e tempo de contribuição mínimos, o que permitiria que futuras mudanças pudessem ser feitas por meio de projeto de lei, que exige quórum menor do que uma PEC.
BPC - Atualmente, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é pago, no valor de um salário mínimo, a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. A proposta original do governo era pagar um salário mínimo após os 70 anos (hoje é a partir dos 65), com a possibilidade de pagar R$ 400 a partir dos 60. O relator, porém, manteve a regra atual.
Comentários (1)
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Domy
Como se vê, a classe trabalhadora, em especial os Servidores Públicos, estão sendo vítimas de todas as iniciativas do Governo no tocante à retirada de Direitos e imposição da agenda deliberada pelo Mercado Financeiro. Infelizmente, a imensa maioria dos trabalhadores, não possuem consciência política na hora de votar e, acabam por construir a própria desgraça, votando em candidatos oriundos das elites que dominam este País. No entanto, a guerra ainda não está perdida. Lutar é preciso, até às últimas consequências.
05/07/2019 | 8:58 AM