Sindicato dos Trabalhadores
do Poder Judiciário de
Mato Grosso do Sul
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TRABALHADOR PÚBLICO E SUA HISTÓRIA
O nascimento do Funcionalismo Público no Brasil deu-se há mais de duzentos anos. Começa com a chegada da família real portuguesa no Brasil em 1808. A partir de então, iniciou-se a caracterização de trabalho administrativo, já que houve a necessidade de reger o país de acordo com a diplomacia real, criando aí, o que ficou conhecida como a máquina administrativa estatal.
Após a proclamação da independência, o país virou império, depois república e ao longo de sua história política estavam presentes os, hoje, trabalhadores ajudando na administração, montagem e estruturação da máquina chamada Estado.
Sejam elas Instituições federais, estaduais ou municipais, o trabalhador público está presente em todas. É engrenagem indispensável e responsável pela manutenção e organização dos serviços prestados.
Ao longo dos duzentos e cinco anos da existência do Trabalhador Público em nosso País, tivemos enfrentamentos, tais como: o estão colonial; o império e por fim a república. Nos anos que antecederam a democracia, esses trabalhadores sofreram as conseqüências do enfrentamento da ditadura militar. Mesmo com a instituição do Estado democrático de direito, ser trabalhador público no Brasil ainda não era tarefa fácil.
Desde o século XIX sabemos que o Estado não é um ente neutro, incólume aos interesses sociais. Ao contrário, sabemos que as lutas de classes dominam o Estado. No Brasil, desde as suas origens os serviços públicos sofreram e sofrem intervenção de poderosos na defesa de seus interesses. O clientelismo está presente, ficando preterido o interesse do Estado e do povo na administração pública.
Mesmo com a garantia constitucional do acesso aos cargos públicos via concurso, ainda é patente o abuso praticado pelo administrador, posto que utilizam de atalhos como as nomeações de comissionados; utilização de estagiários e o mais grave, a terceirização dos serviços prestados.
Com o discurso de que se fazia necessário um Estado mais operante, que atendesse às demandas sociais, na década de 90, deu início ao processo agressivo da terceirização dos serviços antes prestados pelos trabalhadores públicos, culminando com conseqüências gravíssimas ao povo brasileiro, já que esses serviços são prestados por profissionais sem a devida qualificação, na maioria das vezes sem direitos garantidos e submetidos à lógica dos interesses privados. Equipamentos sucateados e achatamento salarial viraram uma realidade em todo o Brasil.
A ausência em muitos casos, de concurso público; as terceirizações dos serviços que atingem de forma gritante grande parcela da população brasileira e a falta de investimento em tecnologia e equipamentos, nos levam a uma realidade, ou seja, o sucateamento da administração pública. Mesmo assim, são estes trabalhadores públicos que fazem mover a máquina chamada Estado. São eles que atendem diariamente milhões de brasileiros que procuram atendimento público; sejam no setor administrativo; na educação; na saúde; nos judiciários; nos sistema previdenciário; dentre outros setores, sem, no entanto, ter o reconhecimento e muitas vezes, sofrendo o descaso dos governantes.
Sem conhecer a realidade com que convivem os trabalhadores públicos em nosso País, muitas vezes, o povo brasileiro atribui ao trabalhador a ineficiência da maquina administrativa. Quase sempre, pelo poder e domínio de grande parcela da imprensa brasileira por parte dos governantes, seus trabalhadores ficam a mercê do que é noticiado, virando objeto de crítica e não tendo o reconhecimento necessário da população brasileira que é a grande beneficiada por seus serviços prestados.
A falência do Estado não tem como consequência a sua mão de obra. As constantes reformas que, na maioria das vezes, deixam os interesses do provo e do Estado brasileiro de lado, para atender interesses de grupos corporativistas, é que tem causado o colapso no setor público. A morosidade e a burocracia tem se sustentado na vasta legislação e na falta de objetividade daqueles que deveriam primar pela celeridade e pelo alcance da prestação jurisdicional. O trabalhador tem feito com primazia a sua parte, na maioria das vezes percebendo salários indignos, porém, laborando com amor e correspondendo ao nobre ofício de ser trabalhador público. O que não é fácil no Brasil.
Comentários (2)
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Carlos Cordeiro
Excelente artugo, colega Clodoir Vargas. Deveria ter sido publicado em jornal de grande circulação (e caso tenha sido, perdoe-me por não saber). Inclusive, conforme o trecho: "sem conhecer a realidade com que convivem os trabalhadores públicos em nosso País, muitas vezes, o povo brasileiro atribui ao trabalhador a ineficiência da maquina administrativa", necessário publicar artigos na mídia de grande circulação apontando esses problemas. Se falamos desses problemas apenas para quem os vive rotineiramente, corremos o risco de "apertar a ferida". Repito, excelente texto.
05/12/2013 | 5:57 PMJosé do Nascimento
Ah sim, que bom...
02/12/2013 | 3:55 PM